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Alagoas

gazetaweb

18/05/2019 às 17:56

ALE deve criar CPI para investigar emissão de diplomas falsos em Alagoas

Milhares de alunos sofreram com documentos que não têm validade; comissão da Casa de Tavares Bastos quer apurar responsabilidades 

(Créditos de imagem: asscom)

A polêmica envolvendo a formação irregular e a concessão de diplomas falsos para mais de 20 mil estudantes alagoanos pode se tornar numa CPI. De acordo com o presidente da Comissão de Educação (CE) da Assembleia Legislativa Estadual (ALE), deputado Marcelo Beltrão (MDB), os parlamentares decidiram apurar maiores detalhes desde que o tema foi discutido em sessão especial na Casa.

"O parlamento tem que entrar nesse debate porque temos que defender os interesses da população. Ainda durante o pleito eleitoral, tomamos conhecimento da oferta de cursos irregulares e diplomas falsos. Já discutimos isso com os alunos, secretaria estadual, MPE e MPF e colhemos material importante. Algumas decisões da Justiça já foram tomadas. Agora vamos discutir na comissão e, caso seja deliberado pelos integrantes a necessidade de uma CPI, vamos propor ao plenário que seja instalada", disse Beltrão.

Desde que os deputados passaram a acompanhar o problema envolvendo estudantes que foram lesados, muitas denúncias novas têm surgido. O encaminhamento delas têm ocorrido por meio das redes sociais.

Parte desse material será analisado pelos deputados em reunião ordinária da comissão na tarde de quarta-feira (22). Na oportunidade, também será ouvido o líder do Movimento Diploma Legal, João Catunda, que foi convidado para apresentar mais detalhes do problema que prejudicou centenas de estudantes alagoanos.

"Nós concordamos plenamente com a investigação. Para os alunos, é muito importante que isso seja feito, porque acaba com o problema de imediato, pois as quadrilhas que aplicam o golpe percebem e têm conhecimento que a ALE e o Estado estão trabalhando e tendo investigação. Eles param de continuar com o golpe", acredita Catunda.


Ele revelou, ainda, que mesmo com a ampla divulgação de matérias jornalísticas os grupos organizados nunca paravam de atuar. Conforme levantamento do movimento, as vítimas quase sempre são alunos de origem pobre e moradores do interior que gastaram recursos obtidos de forma "muito sofrida" e ficaram frustrados com o fato de terem sido lesados.

"Esperavam a poeira baixar e voltavam a atuar. Então tendo uma ação como essa da ALE, passa mais confiança para o aluno. Quanto à CPI, nós somos totalmente a favor, mas uma tecla que sempre venho batendo é que os alunos sejam vistos como vítimas, e não como cúmplices, como ocorreu em Pernambuco. O ideal é que seja feito um levantamento para distinguirmos quem foi a vítima e o aproveitador", acrescentou o líder do MDL.

Integram a comissão várias entidades: o Sindicato das Instituições Privadas, a Federação Brasileira de Órgãos de Defesa do Consumidor (Febracon) e Conselho Estadual de Educação (CEE).

INDISPONIBILIDADE DE BENS

Na última quarta-feira (15), a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens e ativos financeiros de cinco instituições de ensino superior, acusadas de praticar fraudes contra estudantes. A indisponibilidade dos bens é até o limite de R$ 2 milhões.

 

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